segunda-feira, 7 de março de 2011

É POSSÍVEL NÃO FAZER SEXO ANTES DO CASAMENTO?

           Por Márcio Coyote




       Antes de escrever este texto, resolvi passear pelo Orkut e em blogs para ver o que a galera tem conversado sobre sexo. 

         Os livros e boa parte do material cristão sobre o assunto são medievais ou extremistas. Sinceramente, em minha “solteirice”, não achei nada muito útil. Para início de conversa, temos de admitir: sexo é bom -- na realidade, é muito bom! Sem falar das cobranças que os jovens têm, tanto da sociedade como da mídia, para se relacionarem antes do casamento. Tanto que as campanhas de prevenção à aids dizem: “Transem, mas transem com camisinha”! 


          Já ouvi muito a respeito desse tema. Entre tantas histórias, está a de que nos tempos bíblicos não existia o casamento em si. O ato sexual já era o casamento. Lendo um livro do teólogo Russel Champlin, refleti sobre algumas informações significativas. Por exemplo, existiam as cerimônias de casamento tanto públicas como particulares e algumas envolviam vestes especiais (Sl 45.13-14). As noivas usavam joias (Is 61.10) e cobriam-se com véus (Gn 24.65). Além disso, havia também alguns hábitos e uma cerimônia em que estavam presentes os amigos e amigas da noiva (Sl 45.14). Já o noivo, tinha um amigo especial e outros auxiliares como se fossem padrinhos! (Gn 24.65; Jz 14.11; Sl 45.13-14; Is 61.10; Mt 9.15) Enfim, não há dúvidas de que existia uma cerimônia, um ato que legalizava o casório. 

          Havia também outros elementos, como a bênção dos pais, a aliança (um acordo pessoal e tribal e os acordos escritos) e a prova da virgindade -- e o povo hebreu tratava a questão com tanta seriedade que um pano manchado de sangue tinha de ser mostrado como prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21). Inclusive, ao ler esses textos bíblicos, percebemos que muitas das desavenças da época eram tratadas na base das pedras! 


         A prática do casamento é uma tradição bíblica. E a relação sexual é permitida só depois do casamento. Creio que, na verdade, só há uma dúvida sobre isso: é possível não ter relação sexual antes do casamento? 

         Vi nos Orkuts crentes da vida dicas de como não cair em tentação. Uma mais ridícula que a outra. Imagino o que a galera não-cristã pensa ao ler essas dicas! 


       Um dos melhores exemplos que vi foi num programa de televisão (sou adepto da cultura inútil): uma mulher levara o namorado para o programa para brigar com ele porque ele não transava com ela. Quando o namorado foi questionado, disse que não era por causa da religião, mas porque tinha aprendido e entendia que não era legal transar antes do casamento e ponto final. A apresentadora ficou indignada com o que ele disse e ainda tentou humilhá-lo perguntando: “Mas funciona?”. 


         A resposta veio da namorada: “Deve funcionar, porque vejo a “movimentação”! 


        O público caiu na gargalhada. Porém, o rapaz continuou firme e, com educação, manteve sua posição. Nisto entrou no ar outro repórter e a apresentadora explicou a situação. A resposta dele foi fantástica: “Essa mulher está reclamando de boca cheia, está jogando fora um homem que nunca mais vai ter, um homem que não vai traí-la por nada nem por ninguém porque tem o controle de seu corpo. Quem precisa de ajuda é ela e não este rapaz!”. 


         O fantástico é a convicção que algumas pessoas, mesmo não-cristãs, têm! 


     Quando estava namorando minha esposa, tivemos nossas tentações e eram grandes, principalmente porque eu tinha certeza de que era ela a pessoa com quem iria me casar. Era também a única mulher com quem me interessava em transar. Sendo assim, os motivos pelos quais não deveríamos transar eram mínimos, mas o resumo de tudo o que passamos e o que desejo falar é o seguinte: Vale a pena esperar! 

         Você pode distorcer a Palavra de Deus... 

         Você pode se fingir de porco vesgo... 

         Você pode transar e se prevenir... 

         Mas o que eu posso te garantir, meu amigo, minha amiga, é isto: 

         Vale a pena esperar! 

 
 
         (Márcio é pastor da Comunidade Presbiteriana Refúgio em Londrina e professor na área de teologia prática) 

2 comentários:

  1. Este assunto é muito importante ser abordado, pois os jovens da nossa sociedade tem se perdido, influenciados por uma cultura de banalização do sexo, esquecendo do princípio da família. Como meu testemunho particular, posso afirmar que vale a pena esperar (embora sejam grandes as tentações), é importante revermos nossos princípios e lutarmos por uma juventude mais saudável e consciente! Abração.

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  2. Realmente Márcia, precisamos lutar contra essa manipulação da mídia, que prende a sociedade e dita as regras. Porém, creio que precisamos fazer isso de maneira equilibrada e sem fundamentalismo.
    Beijão,
    Fábio.

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