sábado, 14 de setembro de 2013

A CULPA É DAS ESTRELAS (Resenha do livro de John Green, Ed. Intrínseca)


Por Giovana Brum


“Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais”, foi isso que o autor Markus Susak autor de “A menina que roubava livros” nos diz, como se fosse um alerta, confesso que não prestei a mínima atenção no início ao ler essa afirmação, pois estava tão curiosa e fascinada com o que leria pelas páginas adiante, que, indiscutivelmente me perdi entre a emoção e a expectativa. Respirei fundo, deixei toda e qualquer expectativa de lado, e me joguei em A Culpa é das Estrelas.

Hazel Grace – Só Hazel, por favor! – tem 16 anos e há 3 luta contra um câncer terminal que, apesar de encolhendo, não lhe dará mais que alguns anos de vida. Ela abandonou a escola há algum tempo e passa as tardes assistindo America’s Next Top Model, o que não quer dizer que ela seja totalmente infeliz.
Assim como uma garça se joga de bico no mar a procura da presa certeira, assim eu fui, me joguei no livro, sem pressentimentos, porém fui terrivelmente surpreendida. Não foi eu quem pegou a presa, a presa (livro) que me pegou. Ele é uma corrente de pureza e reflexão que te prende do início ao fim. O livro em si em minha visão pessoal,  em primeira leitura foi como a Bíblia (Grande Palavra de Deus), claro que não se pode comparar, mas me fez chegar a essa conclusão porque A Culpa é das Estrelas nos ensina que claro, a culpa não é das estrelas, ironicamente falando. O culpado de todo esse enredo e das lágrimas dos leitores é o Jonh Green.

Ler esse livro foi como uma droga injetada, e o efeito permanecerá, sem dúvida, por um tempinho martelando em mim;  entrou em minha mente e me fez viajar lado a lado com os personagens, sentindo cada emoção, aflição, me pus no lugar da pequena Hazel e foi como se eu estivesse travando uma batalha contra o câncer terminal junto dela. Me fez repensar e analisar a minha própria vida, pontos a melhorar, no que eu tenho murmurado, coisas que ainda pretendo fazer, sonhar, realizar. É, sem dúvida um reflexo de como muitos de nós estamos dirigindo nossa vida, passando por obstáculos, construindo pontes ou muros entre nós, nossas escolhas.

Voltando ao assunto, o livro e seus personagens, Hazel, Augustus e Isaac, me ensinaram a “amar as pessoas infinitamente e usar as coisas”, e, jamais ao contrário. Por que acredite, seu efeito tem maiores danos que ficar cego, ter osteossarcoma nos ossos, ou câncer nos pulmões; isso dói muito.

Viajando sobre as páginas do livro me fiz algumas perguntas: Quantas Hazels há nesse infinito mundo tentando aumentar seus números (expectativa de vida) sabendo que a morte é um preço que se  paga, uma conta irrecusável que ao fim do dia é depositada em tua conta, querendo ou não todos tem de pagá-la. Ela vem, tira teu fôlego e o devolve a Deus, o remetente do espetacular presente que nos deu. E também me pergunto, quantas Hazels cheias de saúde e vida, se entregam ao suicídio talvez porque rompeu o namoro, por efeito colateral de drogas, desmotivadas tiram a própria vida por vãs fantasias,  depressão, tristeza, e insatisfação consigo mesma e com os outros. É triste, porém nada disso hoje em dia nos surpreende porque não é mais novidade, há inúmeros casos assim se repetindo dia após dia. E a pequena Hazel só queria aumentar seus números, seus dias, suas expectativas. Eram poucas, mas ainda havia esperança.

Visitando um grupo de Apoio para crianças com câncer (ela frequentava mais porque a mãe a obrigava), Hazel conhece um rapaz, Augustus Watter, que com o passar do tempo vai nascendo um sentimento bonito entre os dois, ele se tornou pra ela como a palheta é para o violão, não necessariamente, mas faz a diferença na vida da garota.

Augustus tem um jeito metafórico de ser. É, ele usava metáforas como meio de se expressar, do tipo, tirar um maço de cigarro do bolso, pôr a coisa que mata na boca, mas não da a ela o poder de completar  o serviço. Há quem diga que é tolice, realmente é. Mas se for analisar, quantos Augustus Wattes “fumantes” há em nosso meio, que se usassem dessa metáfora de não dar para a “coisa que mata (cigarro)” o poder de completar o serviço, grande parte dos jovens cresceriam conscientes de que “Heey, cigarro é altamente tóxico e pode te matar” e alcançariam a idade adulta saudáveis, com numero bem mais reduzido de casos de câncer pulmonar.

É, meu amado leitor, se você ainda não teve a chance de ler algo que te fez ficar semanas e semanas pensando no assunto, na vida e de como ela é insubstituível, não tem devolução, nem troca e, muito menos se pode vender, leia “A culpa é das estrelas”.

Você vai rir, vai chorar, e é claro, ainda vai querer mais, muito mais.

Abraço! 

(Giovana tem 16 anos, é seguidora de Jesus, estudante do Ensino Médio e apaixonada por livros)