Por Fábio de Mattos
Quando fiquei sabendo da morte de Amy Winehouse pelo noticiário da TV, fiquei entristecido. Eu não sou um fanático fã de Amy, apesar de gostar de sua música (talento não lhe faltava). Eu não a conhecia e não acompanhava sua carreira, porém um estranho sentimento de perda apertou meu peito. Amy teve uma vida marcada pelo uso abusivo de drogas e álcool, o que provavelmente foi a principal causa de sua morte.
Amy, que morreu com 27 anos de idade, é um retrato de sua geração, da minha geração. Conhecida como geração y (segundo alguns sociologos são os nascidos entre 1980 e 1995), essa geração é marcada pelo imediatismo e muitas vezes pela falta de comprometimento. Vendo as imagens de Amy na TV, me veio a mente muitos outros rostos de jovens e adolescentes da geração y. Sou pastor de alguns desses jovens e outros estamos procurando ajudar de alguma maneira.
Ontem, batizamos 3 deles. Jovens que pela graça de Deus, escolheram um caminho diferente do de Amy. E essa tem sido a nossa batalha diária por aqui. Algumas pessoas já me disseram a seguinte frase: “Fábio, pastorear jovens não trará dinheiro para o Espaço Nova Geração, invista em outro público.” Elas falam isso como se eu fosse o dono de uma empresa ou o empreendedor de algum negócio.
Quem já foi em alguma reunião do Espaço sabe que aqui também há famílias, casais com mais de 20 anos de casamento e jovens casados. Procuramos oferecer um ambiente para que todos possam praticar sua fé em comunidade. Porém é notável que os jovens e adolescentes que fazem parte de nossa comunidade se sentem extremamente a vontade em nosso meio. Quanto aos recursos financeiros que precisamos, Deus tem seus meios. Se Ele nos deu uma causa pela qual lutar, pela qual vale a pena viver, nos dará as condições necessárias para que isso aconteça.
Com que direito eu posso escolher quem eu vou pastorear ou não? Com que direito eu posso ser chamado de pastor, se as finanças forem um fator determinante para eu pastorear alguém? Como posso negligenciar o pedido de socorro da minha geração, das novas gerações? Eu lamento profundamente ver pastores escolhendo seu rebanho por causa das condições financeiras, comodidade ou status. Amy Winehouse fez suas escolhas, nossos jovens fazem suas escolhas, mas precisamos aceitar o desafio de lhes apresentar o Cristo que pode lhes dar uma nova perspectiva de vida.
Abração a todos.
Este é um trabalho no qual é necessário que dediquemos nosso tempo, como missão integral!!
ResponderExcluirInfelizmente Fábio, existem pessoas e igrejas que não conseguem ver qual é o seu papel na sociedade...hoje mesmo enquanto falava do Espaço Nova Geração para uma pessoa cristã, que estamos trabalhando com a área social, recebi o seguinte comentário: "alguém tem que fazer este trabalho". Isso me deixou muito triste porque TODOS temos que fazer este trabalho, tantos cristãos como não cristãos. Mas há algo que me deixa feliz, é saber que NÓS como COMUNIDADE temos feito este trabalho e continuaremos, mesmo sabendo que no momento são poucos os preocupados com as nossas gerações e as que virão!
valeu, abraço
Márcia
Bem lembrado Fabio, mas o pior eh que essa geracao seguinte esta andando ainda mais descomprometida com tudo e todos, nao tem repeito por mais nada, acredito que um fator determinante para isto seja o mal exemplo da geracao y. Ontem assisti a Cassia Kis no programa do Faustao, onde ela dizia para os pais educarem os filhos, para os ensinarem a respeitar as pessoas, mas principalmente se fazer respeitar enquanto pais, porque a crianca que de pequena bate na cara do pai da mae e soh ouve um simples nao faz isso filinho, provavelmente vai se tornar no cidadao que coloca fogo em um mendigo, que mata um por uma banalidade, uma pessoa que nao respeita ninguem, pois se nao sabe respeitar pai e mae vai respeitar quem nessa vida.
ResponderExcluirNao foram exatamente essas as palvras que ela usou mas o contexto da mensagem era este.
Tem uma frase que diz " Eduque as crianças para que não seja preciso punir os homens", sendo nos resta apenas orientar, educar, mostrar o caminho certo, e deixar que cada um faça as suas escolhas.
ResponderExcluirValeu pelos comentários pessoal!
ResponderExcluirMárcia:
Na verdade é mais fácil pensar que a igreja não deve ter compromisso social com a comunidade na qual ela está inserida. Nossa luta é diária, para que possamos não perder o foco!
Abração pra você.
Geno:
Na verdade, infelizmente, muitas famílias passam o compromisso de educar os filhos para professores, pastores, creches e vizinhos. Isso é lamentável! Porém penso que, sem querer substituir os pais, nós temos um compromisso com as novas gerações. Compromisso de influenciar positivamente e lhes sinalizar o caminho para aquele que pode transformar suas vidas.
Abração cara.
Scheila:
Concordo com sua opinião Scheila e confesso que me sinto realmente frustrado quando alguém escolhe um caminho que tem como ponto final a tristeza, para não dizer a destruição de sua própria vida. Mas tenho aprendido algo em minha caminhada, se Deus me deu uma, duas, três chances, não tenho o direito de negar essas mesmas chances para alguém. Por isso quando alguém dá uma "cabeça" e depois vem falar comigo - até mesmo querendo confessar - eu digo: "Vamos lá, vamos caminhar novamente!". Sabendo que Deus quer amadurecer nosso caráter e nossa fé e entedendo que, se caírmos, Ele quer nos levantar e nos manter em pé.
Abração pra você.
Fábio de Mattos