Por Giovana Brum
“Você
vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais”, foi isso que o autor Markus Susak autor de “A menina
que roubava livros” nos diz, como se fosse um alerta, confesso que não prestei
a mínima atenção no início ao ler essa afirmação, pois estava
tão curiosa e fascinada com o que leria pelas páginas adiante, que,
indiscutivelmente me perdi entre a emoção
e a expectativa. Respirei fundo, deixei toda e
qualquer expectativa de lado, e me joguei em A Culpa é das Estrelas.
Hazel Grace – Só Hazel, por favor! – tem 16 anos e há 3 luta contra um
câncer terminal que, apesar de encolhendo, não lhe dará mais que alguns anos de
vida. Ela abandonou a escola há algum tempo e passa as tardes assistindo
America’s Next Top Model, o que não quer dizer que ela seja totalmente infeliz.
Assim como uma garça se joga de bico no mar a procura da presa certeira,
assim eu fui, me joguei no livro, sem pressentimentos, porém fui terrivelmente
surpreendida. Não foi eu quem pegou a presa, a presa (livro) que me pegou. Ele é uma corrente de pureza e reflexão que te prende do início
ao fim. O livro em si em minha visão pessoal,
em primeira leitura foi como a Bíblia (Grande Palavra de Deus), claro
que não se pode comparar, mas me fez chegar a essa conclusão porque A Culpa é
das Estrelas nos ensina que claro, a culpa não é das estrelas, ironicamente
falando. O culpado de todo esse enredo e das lágrimas dos leitores é o Jonh
Green.
Ler esse livro foi como uma droga injetada, e o efeito permanecerá, sem
dúvida, por um tempinho martelando em mim;
entrou em minha mente e me fez viajar lado a lado com os personagens,
sentindo cada emoção, aflição, me pus no lugar da pequena Hazel e foi como se
eu estivesse travando uma batalha contra o câncer terminal junto dela. Me fez
repensar e analisar a minha própria vida, pontos a melhorar, no que eu tenho
murmurado, coisas que ainda pretendo fazer, sonhar, realizar. É, sem dúvida um
reflexo de como muitos de nós estamos dirigindo nossa vida, passando por
obstáculos, construindo pontes ou muros entre nós, nossas escolhas.
Voltando ao assunto, o livro e seus personagens, Hazel, Augustus e
Isaac, me ensinaram a “amar as pessoas infinitamente e usar as coisas”, e,
jamais ao contrário. Por que acredite, seu efeito tem maiores danos que ficar
cego, ter osteossarcoma nos ossos, ou câncer nos pulmões; isso dói muito.
Viajando sobre as páginas do livro me fiz algumas perguntas: Quantas
Hazels há nesse infinito mundo tentando aumentar seus números (expectativa de
vida) sabendo que a morte é um preço que se
paga, uma conta irrecusável que ao fim do dia é depositada em tua conta,
querendo ou não todos tem de pagá-la. Ela vem, tira teu fôlego e o devolve a
Deus, o remetente do espetacular presente que nos deu. E também me pergunto,
quantas Hazels cheias de saúde e vida, se entregam ao suicídio talvez porque
rompeu o namoro, por efeito colateral de drogas, desmotivadas tiram a própria
vida por vãs fantasias, depressão,
tristeza, e insatisfação consigo mesma e com os outros. É triste, porém nada
disso hoje em dia nos surpreende porque não é mais novidade, há inúmeros casos
assim se repetindo dia após dia. E a pequena Hazel só queria aumentar seus
números, seus dias, suas expectativas. Eram poucas, mas ainda havia esperança.
Visitando um grupo de Apoio para crianças com câncer (ela frequentava
mais porque a mãe a obrigava), Hazel conhece um rapaz, Augustus Watter, que com
o passar do tempo vai nascendo um sentimento bonito entre os dois, ele se
tornou pra ela como a palheta é para o violão, não necessariamente, mas faz a
diferença na vida da garota.
Augustus tem um jeito metafórico de ser. É, ele usava metáforas como
meio de se expressar, do tipo, tirar um maço de cigarro do bolso, pôr a coisa
que mata na boca, mas não da a ela o poder de completar o serviço. Há quem diga que é tolice,
realmente é. Mas se for analisar, quantos Augustus Wattes “fumantes” há em
nosso meio, que se usassem dessa metáfora de não dar para a “coisa que mata
(cigarro)” o poder de completar o serviço, grande parte dos jovens cresceriam
conscientes de que “Heey, cigarro é altamente tóxico e pode te matar” e
alcançariam a idade adulta saudáveis, com numero bem mais reduzido de casos de câncer
pulmonar.
É, meu amado leitor, se você ainda não teve a chance de ler algo que te
fez ficar semanas e semanas pensando no assunto, na vida e de como ela é
insubstituível, não tem devolução, nem troca e, muito menos se pode vender,
leia “A culpa é das estrelas”.
Você vai rir, vai chorar, e é claro, ainda vai querer mais, muito mais.
Abraço!
(Giovana tem 16 anos, é seguidora de Jesus, estudante do Ensino Médio e apaixonada por livros)
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