Por Fábio de Mattos
Em 2005 conheci uma gurizada de Getúlio Vargas, aqui do interior do Rio Grande do Sul através do Ageu, um amigo que conheci em São Paulo na Escola de Missões. Essa galera na época tocava em uma banda chamada GERAVIDA (iniciais de Geno, Rafael, Vinícios e Daniel). Quando surgiu a idéia da I Oficina de Rock Gospel em 2006, não pensei duas vezes, logo convidei a GERAVIDA para tocar aqui em Santa Rosa.
A gurizada desembarcou aqui com uma galera. Vieram em um ônibus lotado e participaram daquela festa que até hoje é muito viva em minha memória. Depois o Valdecir organizou aqui a II e III Oficinas de Rock Gospel e a Arsenal 61 (novo nome da banda) esteve novamente em Santa Rosa.
No dia 03 de dezembro desse ano vai rolar a IV Oficina de Rock Gospel e a Arsenal 61 estará mais uma vez com a gente. Porém agora essa galera está vivendo um momento diferente, acabaram de gravar seu primeiro cd e estão com o gás todo, começando uma caminhada árdua, a caminhada das bandas que sonham em viver do seu som.
Estou aqui citando a Arsenal 61, pois conheço essa gurizada. Eles não tocam metal cristão porque são filhos de pastores ou porque nasceram em igrejas ou ainda porque querem ganhar grana no “nicho crente do mercado musical”. Conheço eles o suficiente para dizer que tocam um som pesado com letras cristãs porque eles tem compromisso. Compromisso com o rock’n roll, com as pessoas, compromisso com eles mesmos e com seus projetos e principalmente, compromisso com Deus.
No Espaço Nova Geração temos a graça de termos alguns talentos na área musical. Alguns mais lapidados do que outros, mas talentos reais. Porém um toque que sempre dou pra nossa galera, é que a questão primordial na vida daqueles que querem se tornar profissionais da música, não é o talento. Ele sem dúvida é essencial e indispensável, mas o ponto que realmente será o grande crivo na vida de quem sonha em viver da sua música, será o compromisso.
É ele que vai dizer quem você será, pois o compromisso vai além da impolgação, além da euforia, além do deslumbre. Ele faz com que reconheçamos nossas fraquezas e com que conheçamos a nós mesmos. O compromisso faz com que saibamos quem é Cristo em nossas vidas e quem é o nosso próximo. O compromisso não depende de reconhecimento, de grana, de status, somente depende da paixão que temos pela causa em que dizemos acreditar.
Gostaria ainda de citar mais uma banda, que também estará com a gente dia 03. A banda Xaris toca um rock’n roll mais clássico e menos pesado do que a Arsenal 61, mas eles tem algumas coisas em comum, a paixão pela música, o compromisso com as pessoas e com Deus. Há alguns dias em um evento, a banda Xaris entrou no palco com quase duas horas de atraso (por falha na organização do evento).
Uma amiga que trabalhava no evento me disse que foi dada a opção deles não tocarem mais naquela noite, pois a hora estava avançada e o público já estava bem escasso. Mas a galera da Xaris foi lá e mandou ver. Tocou por cerca de 40 minutos para umas 30 ou 40 pessoas e em um cover do Metal Nobre as lágrimas correram pelo meu rosto. Foi o suficiente para a idéia de escrever esse texto surgir em minha mente.
Para terminar, quero dizer que todos nós fazemos parte do sacerdócio universal herdado de Jesus, o Cristo, que é sacerdote pela ordem de Melquesedeque e não de Levi. Além do mais, os levitas não eram todos músicos e em Cristo o sacerdócio levítico “caducou”. A música não é especialmente diferente de outros dons e talentos dados por Deus a seu povo. Aí está um ponto que considero essencial para um músico cristão ser bem sucedido (nos padrões de Deus): ser humilde e não se considerar “especial” nunca.
Grande abraço.
Obs.: O livro cuja capa está ilustrando o texto vale a pena ser lido por todos que levam a música cristã a sério.
(Fábio é pastor do Espaço Nova Geração e estudante de Teologia)
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